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Fogo amigo

28.06.20

Sempre fui uma pessoa crítica, e a minha postura perante os sindicatos não poderia deixar de ser, em determinados momentos, crítica. Quando vejo algum dirigente ou delegado sindical criticar os colegas que não compareceram em manifestações ou protestos confesso que fico um pouco irritado.

 

Precisamos de dirigentes e delegados sindicais livres e inovadores que cumpram o seu papel enquanto representantes da classe, e temos alguns! Não precisamos de dirigentes ou delegados demasiado concentrados na hierarquia sindical ou que representem o sindicato e não os enfermeiros. Os enfermeiros que são eleitos para os quadros do sindicato devem cumprir a função de representantes dos enfermeiros que os elegeram e nunca tomarem posição paternalista dos seus associados. Os dirigentes e delegados não podem, de modo algum, coagir os enfermeiros a manifestarem-se e se, em algum momento, percebem que as manifestações não são suficientemente participadas devem pensar em novas formas de protesto e luta, devem pensar nas razões da não-participação, entre outros, mas nunca... nunca dizerem que o facto de os enfermeiros não participarem  os impede de reclamarem os seus direitos - este tipo de postura promove o afastamento dos enfermeiros e a descredibilização das estruturas sindicais.

 

Se acho que tudo isto é verdade, e uma realidade que me aflige. Por outro lado devo também enaltecer o trabalho dos sindicatos e frisar alguns aspectos fundamentais.

 

Atualmente, vivemos um período de constantes atropelos à profissão. A discriminação salarial dos enfermeiros, a precariedade, o desemprego, a usurpação de competências são apenas alguns dos ataques que os enfermeiros tem sofrido e que urge combater. As estruturas sindicais são por inerência os órgãos fundamentais de defesa dos enfermeiros contra estes e outros ataques, ainda que em cooperação com a Ordem dos Enfermeiros. De facto, os nossos sindicatos têm muitas questões a resolver e, concerteza que há muito tempo não estavam tão assoberbados. Nestas alturas a união entre todas as estruturas representativas da classe e a colaboração de todos os enfermeiros são fundamentais.

 

Termino assim com dois apelos explícitos, aos dirigentes sindicais: não desistam de lutar e atraiam enfermeiros para as lutas de forma adequada e isenta; aos enfermeiros: não desrespeitem ou ataquem o trabalho dos sindicatos.

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